No
inicio do mês de abril o Conselho Municipal de Transportes e Trânsito de
Arapiraca, CMTT, aprovou o reajuste de 10,6 % no valor das passagens do
transporte coletivo da cidade, que era de R$ 1,75, passando a ser R$ 1,95.
Esse
reajuste somado ao de menos de dois anos atrás, dezembro de 2011, que foi de 11%
(de R$ 1,50 para R$ 1,75), contabiliza 21, 6% de aumento, enquanto no mesmo
período a inflação avançou 12,84%. Desse modo os reajustes dados são quase duas
vezes o total dos índices inflacionários.
2011
Quando,
em dezembro de 2011, as passagens foram reajustadas quem tinha o poder de
decidir sobre os valores das tarifas de transporte público no município era a
Câmara de Vereadores, e logo após aprovado o Prefeito assinava ou não.
Ele
assinou.
2013
No
ultimo aumento o poder de decisão passou a ser do Conselho Municipal de
Transporte e Transito de Arapiraca, que é presidido por Ricardo Teófilo, que
também é o Superintendente da SMTT, e que quem representa os vereadores é o
Vereador Dr. Fábio - PR.
O
Conselho aprovou o reajuste de forma unânime, todos os membros foram
favoráveis.
A POSIÇÃO DOS USUÁRIOS
DO SERVIÇO
No
dia 17 de abril estudantes e trabalhadores participaram de uma Tribuna Livre na
Câmara de Vereadores, na qual ficou claro de que, para os estudantes, o aumento
foi arbitrário.
O
CMTT não conta com a participação de estudantes ou usuários em sua composição,
ele é tomado pela prefeitura e pelo setor patronal, para as vagas destinadas à
população até dono de empresa é pautado. Isso quer dizer ele é meramente
construído por aqueles que não utilizam os ônibus.
As
insatisfação giram em torno de algumas questões fundamentais: não existem
linhas para todos os principais bairros e pontos da cidade; os ônibus estão
sempre lotados; inexistem linhas noturnas; não há horário certo para o ônibus
passar no ponto; alguns motoristas fazem dupla função, cobrador/motorista, para
reduzir os gastos sem diminuir os lucros das empresas; AS EMPRESAS NÃO
RESPEITAM A MEIA-ENTRADA, pois para ter acesso ao passe estudantil tem-se que
ir até a TRANSCAR e fazer
uma carteira, ignorando a Carteira de Estudante, emitidas pelas entidades
representativas do segmento. E, por fim, temos um sistema que opera sob regime
de emergência há anos, quando o que devería era ter licitação.
Dentre os vereadores que
compareceram na Câmara, apenas uma foi contra o aumento, a Vereadora Aurélia Fernandes
- PMDB. Os demais parlamentares já se davam por convencidos de que o aumento já
era fato consumado, pois a Prefeita já tinha sancionado.
O que ficou combinado entre todos
foi uma Audiência Pública com as empresas, os estudantes, o CMTT, sindicatos e
vereadores.
AUDIÊNCIA
PÚBLICA SOBRE O TRANSPORTE PÚBLICO EM ARAPIRACA, 16 DE MAIO
Os estudantes foram em tropa para a
audiência pública, e lá ficou claro que a atuação do presidente do conselho e
da maior parte dos vereadores era garantir que houvesse um acomodamento com a
situação.
A palavra de ordem entoada pelos
estudantes era: “Esse aumento não é direito! Queremos mais respeito!”.
O Vereador Dr. Fábio chamou os
manifestantes de antidemocráticos.
O
QUE O CMTT ALEGA PARA AUMENTAR
Segundo os membros do CMTT o aumento
foi justificado pelos seguintes índices: reajuste do salário mínimo, de 9%, do
IPC-S (Índice de Preço ao Consumidor – Semanal), de 5,74%, o IGP-M (Índice
Geral de Preço do Mercado), de 5%, e o aumento do combustível, de 7%, em 2012.
No
entanto, os valores dos índices observados são bem inferiores ao aumento, além
disso, o Governo Federal zerou o PIS/COFINS, principais impostos cobrados ao
setor.
Logo, as passagens no lugar de
aumentar deveriam reduzir.
O
QUE O MOVIMENTO JUVENIL QUER
ü Redução do valor das passagens para
R$ 1,75, valor anterior ao reajuste;
ü Paridade entre poder público e
sociedade no CMTT, bem como vaga para as representações estudantis e sindicais;
ü Linhas para todos os bairros;
ü Linhas noturnas;
ü Fim da dupla função, motorista/cobrador;
ü Licitação!
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